segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Contemplação mnemônica

Tudo começa com um texto de Pondé: A filosofia de lavar a louça.

Ela responde assim:

A lot of "food for thought", but what really caught my attention is the "contemplation" part of the spirit. Looking into it very closely, I realize I have given a lot of  care to studying and working, but have neglected contemplation. Should I spend whatever is left of my life in cotemplation so that by the time I part with life my spirit is a bit more complete? No need to reply; there is no answer to this question. Just, as I said, food for thought.

Love u

HN


Ele argumenta:


Engraçado: eu achava que

o entusiasmo em reunir os filhos em dias santos ou em quaisquer outros; 
a animação com os primeiros passos trôpegos de uma neta; 
a devoção para com aos ascendentes, idos e presentes; 
o prazer em inventar receitas novas;
o cultivo à memória dos ausentes;
o entusiasmo em se embrenhar galopante numa serra ossuda;
a alegria do banho de rio serpenteante no buraco doutorado;
o destemor de um passeio infanto-juvenil em dunas remotas;
o dirigir empoeirado em caminhonete catabilhante;
o preparo meticuloso de bolo tardio, comprido e temperado;
a abnegação de povoar o mundo com Piratas, She-ras e Sissies;
a alegria em receber próximos, agregados, afins e nem tanto;
a mão amiga e desinteressada a desconhecidos de outra pátria; 
a iluminação de buscar a Paz, o Amor e a Fraternidade sem cálculos ou recompensas, enfim, 
só se explicassem por uma aguda, contundente e generosa percepção do Divino!

Ora, se isto não é a essência, a razão e o fim de todo exercício contemplativo, já não sei o que fazer com as muitas imagens moldadas lá em meu infante país mental, que afastam as asperezas da vida, renovam as esperanças no Homem, sinalizam novas auroras e alimentam a fé e a certeza no Eterno, no Bom, no Justo.

...

Amo muito você.
Muito obrigado por tudo.